Cadeiras nas Calçadas
(16/08/2011)
O Cosme Velho é um bairro da Zona Sul com cara de Zona Norte, das antigas.
Desde o amanhecer o canto dos pássaros e o burburinho dos micos se mistura aos risos e à alegria das crianças e dos jovens, e assim permanece ao longo do dia, sob olhares deliciados de passantes nos carros, de caminhantes, de frequentadores das academias, passeadores de cães, bebês, babás, detentores da experiente idade.
A noite, calma e silenciosa, abriga longas conversas nos bares, torcidas ecléticas e, acredito, a paz nos lares.
Quase horizontal no concreto, inclina-se lenta e reverentemente em direção àquele que, iluminado, representa a própia luz, e sabiamente a lança primeiro aos que estão mais próximos.
Poliglota, sétima maravilha, casa de São Judas, reserva de mata atlântica, berço de tantos artistas, caldeirão de bruxos.
CADEIRAS NAS CALÇADAS
(16/08/11)
Nasci em São Cristóvão e morei, como moro agora, em uma vila.
Todos se chamavam pelo nome, todos se conheciam.
No fim de cada dia, cadeiras nas calçadas contavam histórias enquanto recebiam seus filhos na volta da batalha.
Tenho histórias para contar.
Tenho vontade de ouvir.
E muitas cadeiras vagas.