Caras crianças brasileiras
Existem muitas coisas que precisam ser corrigidas para que a vida de vocês seja plenamente saudável.
A(s) vacina(s) compõe um setor importante da saúde que desejamos.
Porém, um aspecto muito mais importante é aquele que se refere à liberdade, ao livre arbítrio, exercidos de forma consciente.
E para se ter consciência leva tempo, necessita experiência e exige riscos.
O nosso País não tem o melhor modelo para levar isto a vocês.
Neste momento os seus pais, únicos a ter responsabilidade direta sobre seus destinos, através das decisões tomadas em seus nomes, sofrem pela necessidade de tomar estas decisões enquanto vilipendiados em seus íntimos pelo bombardeio de notícias tendenciosas, pelo fogo cruzado de interesses políticos escusos, e pela já sedimentada exploração comercial e corrupta dos fatos.
Este é o nosso País, que não oferece à grande maioria de vocês a oportunidade de ter um profissional que lhes prestaria atenção constante, conhecimento profundo de seus organismos e, consequentemente, a opinião mais abalizada para definir condutas individuais e coletivas a respeito de sua saúde.
Infelizmente, este profissional existe para poucos e está sendo descartado em nome de uma coletividade que, paradoxalmente, dele exige a cada ano um “atestado de saúde” que lhes dá o “direito” de se matricular em sua escola.
Há outros absurdos e paradoxos que compõe a atividade médica neste nosso País em que a sua Saúde é partilhada por descontos em folha, planos de saúde, e complementos financeiros escolares para atendimento médico.
Em resumo, é óbvio que esta carta não se dirige a vocês, crianças.
Assim como é óbvio que não se refere à defesa de negacionismo sobre vacinas.
Trata-se de dizer que tomem cuidado, seus pais em seus nomes, para que o “andar da carruagem” lhes traga a saúde, mas não lhes roube a liberdade.
E que se respeite e se valorize o conhecimento e o acompanhamento médico, qualificado, que todos devem ter.
Façam boas escolhas.