A "ÁRVORE"
(24/12/23)
Um tempo de escrever para os amigos,
para os amigos que não têm mais tempo,
para amigos que ainda têm tempo,
porque talvez ainda dê tempo,
ao menos para ler,
enquanto os pinheiros crescem.
Há muitos anos atrás minha mãe plantou nos fundos do terreno um pequeno pinheiro.
E pensava vê-lo crescer ao mesmo tempo que cresceriam os filhos, e viessem as profissões, os casamentos, os netos e as comemorações das datas festivas.
Antes de partir presenteou aos filhos, e aos netos já nascidos, com alguns enfeites para colocar todos os anos nos pinheiros de Natal.
E assim, a cada Natal, ela viria nos visitar.
Para lembrar que o verdadeiro espírito desse tempo de festa não se esconde dentro de um tender bolinha ou numa caixa embrulhada em papéis coloridos.
Sua imagem, sua alma, fala sobre isso enquanto brilha em pisca-pisca sorridente.
Lulu não pode conhecer os bisnetos, mas eles a conhecerão nas histórias contadas e, ano após ano, disfarçada em enfeite de pano na árvore ao lado da antiga cristaleira.